por BENFICA365, em 14.08.16
«André Horta, um de nós no relvado»
«Quando Franco, “o Argentino sonhador” - que, dependendo dos desenhos animados que viu na manhã do jogo, umas vezes é Cervi e outras é Chuky -, correu para festejar o seu primeiro bombom oferecido aos benfiquistas, não contava ser atropelado por um adepto enlouquecido que, vindo de dentro do campo, o placou a uma velocidade gloriosamente supersónica e molhou o golo com uma onda de Mística. O pequeno jogador, durante 30 segundos amolgado entre o chão e uma montanha de camisolas do Benfica, com as vértebras doridas e o espanto de não saber de onde viera aquela maluqueira, a custo e depois de muita relva comida conseguiu levantar-se e ver André Horta aos uivos loucos para a câmara, parecendo possuído. - “Adeptos com acesso ao relvado e a festejar com os jogadores? Isto nem em Buenos Aires!”, pensou ainda preso de pensamentos, enquanto Pizzi o abraçava e lentamente o mareava na emoção benfiquista. O primeiro golo de águia ao peito tem direito à praxe feita de amassos e abraços desvairados. Fogo-de-artifício às cores vermelhas e brancas. Mas Franco Chuky Cervi não deixava de ter a sua razão: as rigorosas medidas de segurança da Federação Portuguesa de Futebol não haviam conseguido evitar que André Horta, sócio do Sport Lisboa e Benfica, se tivesse intrometido entre os jogadores e festejasse como se o golo também fosse dele, abraçando e abalroando jogadores uns atrás dos outros, incluindo o pequeno mago que havia rematado para dentro da baliza comilona de bolas queimadas pelo sol de Agosto. André Horta festeja golos como adepto e joga como craque. Quando não está a treinar ou a jogar, o craque vai ao SerBenfiquista acompanhar os comentários do faneca sobre o 20-13 que a equipa de vólei está a dar no pavilhão em Angra; e mete-se num carro com mais 1904 amigos e vai a cantar até Tondela as músicas gloriosas; e comenta os blogues; e pede ao Pai para o levar à Luz; e viu dezenas de jogos em Casas do Benfica com uma senhora a servir os nossos golos em tachos a levantar fumos que se intrometem na visão dos clientes e alguém grita: “’tá a desanuviar”; e anda doido, lembra-se das finais europeias perdidas, confessa a uma namorada que o amor pelo Benfica justifica ir num Sábado a Olhão, num Domingo a Paços de Ferreira, numa Quinta a Londres, numa Quarta a Munique, numa Terça ao fim do mundo. E depois, em outros dias iguais ou parecidos, compra a camisola na nova loja da Rua Augusta até alguém o lembrar de que já não precisa porque já é jogador e já tem um cacifo com o seu nome e já há quem compre a camisola de um craque chamado Horta, que é um de nós no relvado. Ele esquece-se porque está sempre entre uma margem e a outra: nunca sabe deixar de ser adepto. Chama amigos para casa, compra marisco e febras, decide-se por três grades de Sagres, vai ao YouTube ouvir o Nuno Matos a cantar os golos do Benfica e vai continuar a marcar golos como o de hoje porque é o um de nós dentro do relvado.» é gajo para ter tido a autorização presumida do Benfiquista Ricardo do blog http://ontemvi-tenoestadiodaluz.blogspot.pt
Eternamente Sport Lisboa e Benfica